Este projecto explora a possibilidade uma revisão da definição dominante de modernismo – sobretudo estilística ou dependente de noções de auto-referencialidade, autonomia formal e abandono da representação ou, caso da arquitectura, da prioridade dada ao primado funcionalista – a partir da hipótese de que os modernismos do sul da Europa afirmaram e potenciaram um enraizamento na cultura popular (na arte e arquitectura vernaculares) que antecipa em grande medida o que viria mais tarde a consagra-se como regionalismo crítico (Feivre e Tzonis, Frampton).
Propomos explorar a possibilidade de uma abertura do conceito de modernismo – complementar à reivindicação do seu entrosamento na sociedade burguesa e na cultura de massas (Clark, Crow) – para lá dos limites essencialistas e de depuração formal em que, em regra, foi acantonado. Questiona-se para tanto a ideia de que só existe um regionalismo esteticamente fecundo – capaz de se afirmar como resistência à hegemonia de estilos internacionais e adquirir consistência “crítica” – no contexto do pós-modernismo arquitectónico.
Esta investigação aposta na análise e discussão de casos de estudo espanhóis (particularmente catalães), italianos e gregos, tomando o modernismo português das primeiras 3 décadas do século XX como eixo central de questionamento da hipótese de partida.