CEAA - Centro de Estudos Arnaldo Araújo

Grupo de Investigação

Arte e Estudos Críticos

O Grupo de investigação em Arte e Estudos Críticos, constituído em 2013, desenvolve investigação sobre as práticas artísticas contemporâneas, com particular incidência no território das artes visuais e nas intersecções que estas estabelecem com outros campos epistemológicos.

O carácter multidisciplinar da pesquisa constitui o nosso princípio orientador, da mesma forma que o horizonte temporal da investigação que praticamos se subtrai a categorias e convenções cronológicas.

Optimizar o diálogo entre investigadores, críticos, curadores, artistas e estruturas do campo da arte, promover a produção teórico-crítica, a investigação aplicada e a prática expositiva constituem  os objectivos a privilegiar.

Investigadora Responsável: Eduarda Neves

 

PRINCIPAIS EIXOS DE INVESTIGAÇÃO PARA 2025-2029:

O plano de trabalho do Grupo de Arte e Estudos Críticos articula-se em torno de três grandes domínios:

1 – A Europa e o Mediterrâneo

2 – Arte, Curadoria, Crítica, Política

3 – Dispositivos, meios e contextos

Qualquer um dos domínios propostos se centra no âmbito das relações entre investigação e práticas artísticas contemporâneas, sendo conferida especial análise às artes plásticas, fotografia e filme.

1. Pensar o Mediterrâneo: Território, Arte, Hospitalidade (2025-2027)
Projeto de investigação | IR: Eduarda Neves; Co-IR: João Oliveira Duarte

Nas últimas décadas a noção de Europa têm sido alvo de questionamento e foi perdendo, ao longo de todo o século XX, o seu lugar privilegiado no âmbito de um projeto que pretendia abarcar a humanidade como um todo. Tendo em conta este questionamento e esta perda, que quadro crítico é possível traçar, hoje, para compreender as várias disseminações que transformaram a Europa num conceito problemático? Qual a possibilidade de um devir heterotópico para a Europa? No
entanto, não foi apenas no campo do pensamento filosófico e político que o conceito de Europa tem sido questionado dado que, no campo da arte, tem igualmente sido objeto de complexos debates. Assim, partiremos da problematização que Achille Bonito Oliva operou em Eurasia. Geographic Cross-Overs in Art, no contexto da Manifesta 7 (2008), considerando o lugar fictício, nómada e sem fronteiras, criado por Joseph Beuys. É no âmbito deste devir heterotópico da Europa que nos propomos desenvolver um projecto que explorará o território banhado pelo Mediterrâneo. Não pretendemos legitimar uma qualquer identidade ou um regresso aos Estudos Mediterrâneos, mas repensar os espaços abertos que são os mares e a dimensão “arquipelágica” (Cacciari, 1997), o cruzamento de distância e proximidade, de abertura e fechamento, de ligação ao Outro, que se encontram inscritos no Mediterrâneo. Neste sentido, tomaremos como baliza cronológica o período de 2008, data da exposição de Achille Bonito Oliva, e a actualidade. Recorrendo a estudos de caso que configuram programas de arte apresentados em países da Europa mediterrânea, interessa-nos interrogar e problematizar, entre vários aspectos, no âmbito das artes visuais, a operatividade de uma eventual Arte do e no Mediterrâneo, no quadro geral da prática artística contemporânea e de uma arte global (Belting, 2013); que Europa(s), que Mediterrâneo(s), encontraríamos nessas obras? Será possível identificar algum tipo de singularidade ou, pelo contrário, haverá uma irredutível multiplicidade de Europas e Mediterrâneos? Que geofilosofia – no sentido de Deleuze e Guattari ou de Cacciari – é possível pensar a partir da multiplicidade e da ligação ao “outro cabo” (Derrida, 1991). Assim, desenharemos um programa que  articule os resultados da pesquisa com uma exposição que discutirá as noções de Europa Meridional, Arte do Mediterrâneo e cosmofilosofia. Integrada no âmbito da curadoria de investigação, a exposição interpelará artistas das áreas geográficas consideradas no projecto. 

2. Arte e Curadoria (2026-2029)
Projetos internacionais – Curadoria de Investigação | IR: Eduarda Neves

Conclusão do projeto internacional PECADOS E CAPITAIS, ou uma certa névoa para espaços vazios -  Livro impresso e em open acess: + info- https://sinsandcapitals.pt/

A partir da investigação desenvolvida no projeto, Pensar o Mediterrâneo: Território, Arte, Hospitalidade, será desenvolvido o projeto curatorial o tempo, a caverna, o profeta. Este projeto inclui artistas e espaços nacionais e internacionais.

3. Dispositivos, meios e contextos (2025-27)
IR: Juan Luís Toboso

A partir de uma abordagem multidisciplinar procura-se questionar os processos contemporâneos de criação artística, da crítica e teoria das artes, na formação de novos territórios na produção de conhecimento no âmbito da experiência do “comum”. Coletividades e cosmologias que articulam o passado com o futuro a partir de exercícios de imaginação radical no presente que tremulam, vibram e ecoam nos domínios cruzados da arte, política, tecnologia, narrativa histórica e ficção.